e a razão pela qual a amargura tomou conta da minha escrita é simples: os últimos debates que organizamos, com a excepção do debate na belíssima cidade de kratovo, ficaram marcados por um tom negro de nacionalismo, exacerbado, populista e negativista, que cria muros e muralhas onde outros tentam construir pontes. é um tipo de discurso que não nasce de geração espontânea; é ruminado, lentamente, pela classe política, que o vai passando aos seus concidadãos por forma de discursos patrióticos, a bem da nação, pois claro, e se entranha no subconsciente da sociedade como uma larva, alimentando-se da tristeza e da pobreza de um povo sem saída e sem soluções. e se este tipo de pensamento fora usado aquando do colapso da antiga jugoslávia para justificar o injustificável (a independência de um país sem indústria e sem meios próprios para desenvolvimento) e foi usado por dezenas de políticos numa guerra mesquinha com os gregos (que, diga-se, também não ajudam) para granjearem popularidade e ganharem eleições, tem sido, nos últimos 3 anos, potenciado pelo governo de centro-direita para fazer o que bem lhe apetece independentemente das reais consequências dos seus actos, com o apoio de uma esmagadora maioria da população.
como se tudo isto não bastasse, agora o governo quer lavar as mãos da questão da negociação com a grécia de um novo nome para o país, preferindo que seja o povo a dar a sua opinião. ainda não explicaram exactamente que hipóteses estarão a votos, e como irá o governo fazer campanha, mas é mais uma mostra da sua covardia política: em vez de assumir a responsabilidade, entrega-a aos cidadãos, não tendo por isso de arriscar uma rebelião popular e uma mais que certa derrota nas eleições. é a infeliz política que temos...
tudo isto para vos dizer que por fazermos uma campanha de diálogo com os parceiros europeus, e de abertura para com a grécia de forma a se encontrar uma solução de possibilite à macedónia continuar com a fundamental integração nas instituições internacionais, fomos tratados como inimigos da nação, anti-patriotas, fachada dos gregos, e mais uma série de coisas que não lembra ao diabo. a lavagem cerebral de duas gerações de políticos resultou em cheio! espero sinceramente que o país acorde deste sonho nacionalista antes que seja tarde demais...
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