07 agosto 2010

Mudanças

Fechei o tasco cá deste lado e esqueci-me de avisar. A minha nova casa bloguista está aqui. Até já!

24 junho 2010

The price of apathy

Who sleeps in democracy, wakes up in dictatorship.

Some days ago I stumbled on a poster with that sentence. I don’t know who said this, but it’s a reminder to all of us about what’s at stake when you fail to fight for your rights. Apathy and inaction are two choices that any informed and concerned society doesn’t have. If we want better lives, both socially and economically, for us and for our children, then we cannot sit in conformity waiting for things to get better. Sadly, I feel that this is exactly what happens in Macedonia.

I’ve been living in Macedonia for four years and in this period I cannot recall a single rally that gathered more than a few hundred people. The majority of the Macedonian society just doesn’t care, at least not enough to go out on the streets and stand for what they believe. Everyone seems to expect problems to solve themselves; everyone seems to think that their voice cannot make a difference.

I understand this deficit of democratic culture in Macedonia: we’re talking about a very young democracy, especially because never in the History of Macedonia there was a free democratic state in which people had the right to participate, to protest, to be heard. These things aren’t learned in a generation, or two. Even so, it is time for Macedonians to realize that they have the power to influence and change the course of events. A participative and informed civil society is the foundation of a developed country.

I don’t mean by this that Macedonia is heading towards a dictatorship (even though the new Law on Electronic Communications is something we should worry about); what I want to say is that apathy is a dangerous path, that leads nowhere good. Macedonia is at a crossroad, stuck between a distant past and a future that at times seems even more distant, and the decisions made now will make or break its future as a developed country, both economically and socially. It is up to us, to all of us, to step up and make a difference. The price of our apathy will be too high for Macedonia to pay.

Original text published on the blog EU Kauza.

04 junho 2010

The old blog, now for everyone


More than once people here in Macedonia have asked me why don't I write in my blog in English. It seems kind of an obvious thing to do, since I live abroad and the people that I share my days with don't speak Portuguese and might actually be interested in what I have to say about Macedonia. The answer is simple: the initial purpose of this blog was to share with my friends and family my views over a completely different country, people and culture (that might not be so different after all, but that's another story).

Well, after over a year of (very) irregular updates, I think that this might be the appropriate moment to take a turn and start writing also in English. Maintaining this page in Portuguese made things a bit easier for me, not only because it's my mother tongue but also because my (sometimes very critical) views over Macedonia and its politics were shadowed by an language un-understandable by most Macedonians. Writing in English will allow me to reach more people here and get a different kind of feedback. Since I'm a strong critic of the current government, especially in matters of foreign policy that touch so deep in the Macedonian heart, I don't expect for it all to be positive, but it's the extra interaction I'm looking for; I'll be here to take the bullets, if needs be. :)

Dos derrames e outra tragédias

Passam hoje 45 dias da explosão na plataforma Deepwater Horizon, ao longo da costa do Louisiana, nos Estados Unidos. Quando as primeiras notícias do incidente surgiram ninguém seria capaz de imaginar as consequências da mesma. A fuga de petróleo que sucedeu a explosão e afundamento da plataforma, descoberta dois dias depois, já causou danos irreparáveis no Golfo do México, e não há qualquer sinal que a BP esteja sequer perto de encontrar uma solução para o problema. Enquanto a escavação de dois túneis que permitam selar a fuga não é concluída (demorará em princípio mais dois meses) a companhia petrolífera tem tentado variadíssimas soluções para conter a fuga até a solução final estar pronta, sempre sem sucesso. Entretanto, o maior desastre ecológico da história dos Estados Unidos vai aumentando de dimensão, afectando centenas de espécies animais, bem com o ganha-pão de milhares de pessoas, da pesca ao turismo, passando até por plantações de arroz e açúcar.

Eu consigo perceber que a extracção de petróleo seja uma actividade perigosa, com riscos elevados e que por mais avançadas que sejam as tecnologias há sempre a possibilidade de algo correr horrivelmente mal. O que não sou capaz de perceber é como, perante o risco de um acidente deste género, as companhias petrolíferas não terem planos de emergência preparados para evitarem catástrofes deste género. Tendo em conta os lucros pornográficos apresentados todos os anos por estas empresas, recuso-me a acreditar que não haja meios para prever e combater este tipo de acidentes. Há meios; são é melhor empregues em prendas e benefícios para as entidades responsáveis por monitorizar o sector. Depois do acidente, vários elementos da Energy Information Administration demitiram-se quando vieram a público notícias sobre a promiscuidade entre esta entidade governamental e as companhias petrolíferas. Para milhares de pessoas e animais, estas demissões chegaram tarde demais.

Claro que a onda (no pun intended) de protestos contra a BP propagou pela net mais rapidamente do que o petróleo no Golfo. Desde alterações ao logo da companhia até uma falsa conta no Twitter em nome das relações públicas da BP vale de tudo para enxovalhar o grande responsável por este desastre. A internet, com todos os seus defeitos, tem esta enorme vantagem: pode-se efectivamente sentir o pulsar do mundo. Por muito que faça em termos de marketing, a BP nunca conseguirá limpar (once again, no pun intended) a sua imagem, especialmente porque há imagens que são difíceis de esquecer. Isto mesmo que os suspeitos do costume tentem ilibar a companhia pela sua óbvia responsabilidade. Sarah Palin, esse génio da política americana e paladina incansável das indefesas empresas petrolíferas, já veio dizer, numa pérola publicada no seu Facebook, que a culpa deste derrame é dos ambientalistas... =|

12 maio 2010

Eco-arquitectura de Vincent Callebaut

Embora seja um leigo na matéria, sempre acreditei haver uma diferença entre arquitectura e desenhar um edifício. Casas e prédios nascem todos os dias em ateliers de arquitectos por todo o mundo, mas a verdadeira arquitectura acontece quando encontramos algo que é capaz de nos agarrar as entranhas e deixar fascinado tanto pela sua beleza como pelo seu aspecto prático. Um arquitecto digno desse nome é alguém que é capaz de nos encantar, de nos fazer sonhar, de nos fazer acreditar que um dia o mundo inteiro irá ser o local idílico que eles desenham.
Vincent Callebaut é um desses arquitectos. Os seus projectos (que podem ver aqui) são um exemplo de como a arquitectura nos deve levar em frente para um futuro mais verde, ecológico e sustentável. Estes projectos provavelmente nunca irão passar do papel, mas os conceitos e ideias por detrás deles deverão ser trabalhados como base da arquitectura do futuro. Todos eles são belos e práticos, auto-sustentáveis e aprazíveis, combinando muitas vezes lazer e trabalho, num ambiente verde, limpo e, acima de tudo, natural.





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